20 fevereiro 2009

Vistalização...

Final de semestre no ISEL, altura para remodelações e limpezas... ao computador. Instalar o Ubuntu no portátil e experimentar o lenny no desktop. Pelo meio, e como gosto das coisas bem apelativas (graficamente), lembrei-me de ir ver os últimos temas ao gnome-look.org .
É com alguma tristeza e espanto (ou nem tanto) que me deparo com o fenómeno da Vistalização, ou seja, não percorria uma página de temas que fosse sem que pelo menos 25% por cento dos temas não fosse uma aproximação ao Vista.

A pergunta que faço é: porquê uma vistalização?
A maioria dos sistemas mais usados (no que toca a distros linux) tem como ambiente gráfico base o Gnome (embora o KDE seja mais customizável e até certo ponto mais próximo - para aqueles que ainda são windows dependentes - do próprio ambiente das janelas) sendo que o motor base é o GTK. Não acredito, na mais sincera reflexão, que todas as capacidades do GTK tenham como fim a aproximação, ao vista. As capacidades do GTK são enormes e, a meu ver, mal aproveitadas pelos construtores de temas. Quem fala em Vista, também refere o ambiente Macintosh que também se encontra representado no mesmo agregador de temas.

Não obstante o referido, este facto tem também o seu lado positivo: a aproximação a um ambiente Vista/Windows pode facilitar a uma transição de um sistema para outro. Este é realmente um factor de peso pois permite assim uma maior aproximação aos utilizadores de ambos os sistemas... mas só a nível gráfico ;), no resto prefiro Linux: Segurança, Rapidez, Baixo Consumo, LIVREEEEE.

Não tomo esta posição como ofensiva àqueles que constroem temas para Linux pois o trabalho por si desenvolvido é realmente espectacular e estão de parabéns. Apenas deixo a sugestão de que não se deixem arrastar por uma onda de "vistalização" ao invés de aproveitar as espectaculares capacidades do motor gráfico à vossa disponibilidade.

Apesar de tudo o que disse, é ainda de referir, e já em contornos de conclusão que, tendo em conta a capacidade de reprodução de qualquer visual, seja ele vista, macintosh, gnome inspired... as capacidades adaptativas do ambiente linux são notáveis.

16 comentários:

Aproveitando a deixa, inaugurei há pouco minha conta no gnome-look e postei algum conteúdo lá. Espero que agrade, mesmo alguma coisa sendo Mac-like: http://www.gnome-look.org/usermanager/search.php?username=xisberto&action=contents

heeee não sei se sabes mas o gtk até bastante limitado nesse aspecto, isto é, é simples, é baseado pequenas imagens que depois são repetidas.
isso fez com que qualquer um fizê-se temas gtk, mas também que todos eles pareçam bastante iguais, porque não se pode fazer grande coisa no fim o cabo... já no qt é codigo c++ com Qt pelo meio levanta a barra alto demais provocando que existam muito poucos temas, mas a liberdade é tremenda.

@ pinheiro

não me parece que o motor gtk seja assim tão limitado. é certo que existem muitos temas iguais em que a única diferença à primeira vista é a cor de cada objecto. no entanto consigo encontrar estilos de barras, botões, cores... várias componentes num tema, que se tornam muito apelativas. Acho que esse tipo de limitação apenas se encontra no comum dos temas... No que toca ao KDE, o motor já é diferente, mais complexo e talvez mais extenso o que o leva a atingir efeitos visuais melhores... resultado disso é o prémio ganho em 2008 ;). Mas isso também o torna, talvez, no mais pesado de todos os que existem à nossa disposição.

não não é pesado é a mesma coisa no que respeita ao widget kit no fim vai tudo para uma cache de memoria e é laçado sempre que queres ver qq coisa... bem o meu tema oxygen tem um detalhe que o torna muito mais pesado do que say a gtk theme mas o gtk também não conseguia fazer, que é o fundo da janela ter dois gradientes globais que passam para a windeco...
quanto a ser pesado aconselho-te mesmo a investigar o assunto.
O "ouvi dizer que" não é verdade a maior parte das vezes, é aquilo a que se chama de FUD,

Eu falo por experiência própria: Já experimentei vários ambientes gráficos na mesma máquina: Gnome, o XFCE, KDE 4.1 e 4.2 notei diferenças significativas no que toca à forma como o ambiente respondia (a máquina é um P4 1700, 512 Ram com 128 gráfica). obviamente o XFCE muito mais rápido que os outros, menos exigente, a partir daí o gnome e dps disso os KDE's.... mais exigentes a nível e alguma performance. Mas eu não estou a dizer que Gnome é melhor ou que KDE é melhor. cada um gosta do ambiente que gosta: "se todos gostassem de vermelho, que seria do amarelo?". Até aconselho KDE porque daquilo que usei comparativamente ao Gnome, pareceu-me mais customizável, com mais possibilidades de alterações, e para quem vem de ambiente M$ windows até é mais intuitivo ;) .

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Alegrem-se as hostes Linuxianas porque existe o movimento contrário: a "enlightenização" do Windows.
Usando um shell (ou window manager) open source pode-se fazer o Windows parecer tão leve como com o enlightenment (http://sourceforge.net/project/screenshots.php?group_id=114527)

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Bem, eu falando da minha experiência própria, tenho me sentido mais à vontade com a configurabilidade do Gnome que no KDE - os temas que existem para KWin não são assim tantos (como o Pinheiro me havia dito no encontro Tokamak - e encontrar um que agrade é como encontrar agulha em palheiro), e são necessários conhecimentos em C para os conseguir fazer (mesmo existindo templates e conversores que ajudem a faze-los) - isso claro, se quisermos utilizar as cores do sistema, e evitar rasters. E isto já é bastante facilitado com o Metacity, que nos permite desenhar as decorations dentro de um ficheiro xml, com uma relativa facilidade, facilidade que eu adoraria mesmo ver em temas de Kwin. E quanto à vistalização, sem querer ofender ou fazer menos de quem aprecie, acho que os excessos de degradés, opacidades, contornos arredondados, etc., tem contribuido com algum facilitismo para que isso tivesse acontecido - e claro, apreciadores do 'old-school', do genero Irix/AmigaOS/NeXT-Step/Rhapsody/etc. (cores planas, 'limpeza' visual, simplicidade, minimalismo, etc.), sentem alguma alergia a isso tudo tb. - e quanto a me deixar por arrastar, sinto que isso acontece comigo em relação ao 4DWM e Motif do Irix, mas acaba sendo coisa normal, no fim das contas... gostos são gostos, e cada um tem o seu... e confesso estar curioso por ver em opendesktop.org mais e mais temas que absolutamente nada tenham a ver com Vista, XP, ou MacOS-X...

Quanto a KDE4 ser pesado, tenho que concordar com o Pinheiro quando ele diz que é perfeitamente possível de se conseguir isto por failsafe, e entrar 'plasma && kwin && krunner' - o problema é que é um processo um bocado torturoso para um utilizador 'average joe', e imagino ainda para novatos - era interessante poder ser possível rodar o KDE4 de arranque, por opções simples, de forma tão leve como 'plasma && kwin && krunner' por failsafe... - de outra forma, é praticamente impossível rodar o KDE4 num computador com 512mb de ram ou menos - e preocupa-me bastante a galopada com que se tem visto sobre limite mínimo de ram necessária a cada versão nova que é lançada, sabendo que o limite de acesso de ram dos i386 é de 2gb... (fica esta chamada de atenção para os desenvolvedores! =) ) - e não demora muito, a ideia de se utilizar o Linux em recuperar computadores antigos corre o risco de não passar de teoria - mas vá lá, por enquanto ainda dá para se rodar LXDE num computador a 200mhz com 128mb de ram... (como muitos que se encontram para ser recuperados na Casa Viva - na praça do Marquês, Porto - e que doações são muito bem vindas!) e claro, gostaria de ver um gestor de janelas do genero, baseado em qt4 a rodar num computador desses...

RedTuxer, estás a falhar! Então não falas das últimas descobertas em relação ao Windows 7?

http://tech.slashdot.org/article.pl?sid=09/02/16/2259257

Acerca do link acima, eu não testei para ver se é realmente verdade. Uns dizem que é verdade, outros não.

Tenho pouco tempo para dedicar ao blogue quanto mais escrever sobre o mesmo! Windows não vale mesmo a pena, é deixá-lo apodrecer e morrer junto com a empresa que o produz...

Abraço


Ps. Este artigo foi escrito pelo meu camarada Rafael :)

e o que respondemos a esta? http://www.linuxjournal.com/content/nobody-uses-linux-not-good-enough-answer

"Alegrem-se as hostes Linuxianas porque existe o movimento contrário: a "enlightenização" do Windows."

E também o KDE4ização. Vejam isto:

http://www.stardock.com/products/fences/

Uma das companhias de software mais conhecidas no mundo do Windows em termos de personificação (Stardock) começa a imitar o KDE4.